quarta-feira, 30 de maio de 2012

Como fazer da rotina uma aliada


Prever, passo a passo, as tarefas a desempenhar dentro e fora da classe ajuda a obter os resultados esperados. Seus alunos agradecem


Preparar cada aula, organizar o material didático, levantar diferentes recursos para ensinar um conteúdo e cuidar da ambientação da sala - sem abrir mão da formação continuada. São muitas as atividades que constroem o dia-adia do professor. Orquestrar todas com maestria é a chave para atingir os objetivos. Lúcia Ferreira é professora do 2º ano na EMEF Chico Mendes, em Porto Alegre, e diz que a rotina é fundamental para garantir o bom andamento das atividades (leia no quadro abaixo um relato da professora sobre o papel da rotina em seu trabalho). "Essa preparação é essencial para que a aula transcorra conforme o esperado", diz Valéria Roque, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e do Centro Universitário de Belo Horizonte. Confira a seguir algumas das práticas mais eficazes para criar uma rotina que ajude a melhorar o desempenho da turma.

Ter um jeito próprio de se organizar
Não existe certo ou errado quando se fala em rotina profissional. Cada professor precisa descobrir as ferramentas que melhor se encaixam ao seu estilo de trabalho. Pode ser um bloco do tipo agenda, um caderno tradicional ou um arquivo de computador.

Planejar com antecedência
Separar o material didático previsto para ser usado na semana seguinte e reservar um dia para rever o roteiro de atividades é sempre bom para garantir que nenhum detalhe seja esquecido.

Reservar espaço para estudar
Manter-se atualizado, tanto em relação aos conteúdos quanto à prática de sala de aula, é fundamental. Você pode fazer um mestrado, uma especialização ou apenas estabelecer uma rotina de estudos em casa (com muitos livros e pesquisa via internet). O que vale é crescer sempre.

Organizar o espaço As atividades previstas para o dia serão desenvolvidas individualmente ou em grupos? Prever a melhor maneira de ambientar a sala de aula é o primeiro passo.

Compartilhar o planejamento
"Contar aos alunos o que será feito ao longo do dia é importante por dois motivos. Em primeiro lugar, porque eles ficam mais confortáveis, sem aquela euforia de 'o que será que vem agora?'. Depois, porque faz com que saiam da postura passiva de quem está sempre aguardando um comando", explica Karen Elizabete Nodari, coordenadora do núcleo de Orientação e Psicologia Educacional do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Definir as tarefas Cada conteúdo exige um tipo de atividade (leia mais nesta reportagem). Enquanto os alunos produzem textos ou resolvem problemas, uma boa dica é circular pela sala, acompanhando a evolução de cada um. "Se você decide passar um filme, por exemplo, é essencial preparar um pequeno roteiro para a turma, com pontos a ser observados", diz Valéria Roque.

Prever atividades extras
Nem tudo sai conforme o previsto, certo? Portanto, ter na manga algumas tarefas capazes de envolver a turma é sempre bom. No dia-a-dia, isso vale também para aqueles alunos que sempre terminam tudo antes dos outros - mas não podem ser deixados de lado.

Antecipar a aula seguinte
Encerrar o dia informando o que será realizado no dia seguinte é uma ótima estratégia porque gera uma expectativa positiva e permite que os alunos se preparem melhor ao compreender que há continuidade no processo educativo.

Trocar idéias na escola
Reuniões com os colegas, a coordenação pedagógica e a direção são fundamentais para revisar o planejamento e encaminhar as questões mais relevantes.

Pensar grande
"É preciso ter uma visão de conjunto para poder planejar a rotina diária", resume a professora Lúcia, de Porto Alegre. "Mecanismos de registro ajudam muito nesse sentido. Alguns preferem escrever, outros preferem fazer esquemas. Só não pode mesmo é fazer tudo de cabeça."


"É PRECISO DEIXAR TUDO ORGANIZADO"
Confira a seguir o depoimento da professora Lúcia Ferreira, que leciona para o 2º ano na EMEF Chico Mendes, em Porto Alegre, sobre a importância da rotina para suas atividades diárias. "Chego todo dia às 7h20 na escola. Pego o caderno de chamada e vou para a sala de aula, conferir se o espaço está organizado da forma que eu preciso. Quando toca o sinal, às 7h45, vou ao pátio buscar a turma. Pergunto como passaram o dia anterior, faço a chamada e apresento como será o dia. Todos escrevem a data no caderno e anotam a sequência de atividades previstas. Só então dou início às tarefas: leitura, escrita, desenho etc. Como em qualquer turma, cada aluno trabalha num ritmo próprio. Alguns não conseguem acompanhar o andamento, precisam de incentivo e auxílio constantes. Outros terminam tudo rapidamente. Esses, eu uso como monitores, para auxiliar os colegas. Logo após o recreio, costumo propor tarefas mais lúdicas e calmas porque a gurizada volta do pátio sempre agitada. Às 11h30, meia hora antes do fim da aula, todos recolhem os materiais usados. Faço uma avaliação do que fizemos e aponto como será o dia seguinte. Se algum trabalho não foi concluído, gosto de lembrar o que falta fazer. E é importante lembrar se haverá aula de Informática ou Educação Física, por exemplo. Em casa, começa o que eu chamo de segundo tempo. Registrar os eventos mais importantes, ajustar o planejamento, criar atividades para os mais adiantados. No meu caderno, tenho a semana inteira prevista porque é preciso deixar tudo organizado para que a turma toda avance."

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Comissão de Juristas do Senado criminaliza ‘bullying’

Prática poderá passar a constar no Código Penal com pena de 1 a 4 anos de prisão

BRASÍLIA - A prática de “bullying” contra crianças e adolescentes por pessoas maiores de 18 anos poderá passar a constar no Código Penal como crime, passível de pena que varia entre um e quatro anos de prisão. A proposta foi aprovada nesta segunda-feira, durante reunião da comissão de jurista que prepara alterações no Código Penal. A redação dos juristas ainda depende de votação do Congresso.
Segundo o texto dos juristas, o bullying passa a ser classificado como intimidação vexatória. O crime não está caracterizado quando o bulliyng for entre crianças ou adolescentes.
Os juristas aprovaram texto no qual a intimidação é caracterizada por “intimidar, constranger, ameaçar, assediar sexualmente, ofender, castigar, segregar a criança ou adolescente, de forma intencional e reiterada, direta ou indiretamente, por qualquer meio, valendo-se de pretensa situação de superioridade e causando sofrimento físico, psicológico ou dano patrimonial”, diz a redação aprovada pelo grupo.
Entretanto, a caraterização da intimidação vexatória depende de representação junto à autoridade judiciária. O novo tipo penal está incluído no rol de mudanças no capítulo “Crimes contra a Liberdade Pessoal”.




Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/comissao-de-juristas-do-senado-criminaliza-bullying-5047072#ixzz1wCHikaYE
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Professor também é alvo de bullying?

Conceitualmente, não, pois, para ser considerada bullying, é necessário que a violência ocorra entre pares, como colegas de classe ou de trabalho. O professor pode, então, sofrer outros tipos de agressão, como injúria ou difamação ou até física, por parte de um ou mais alunos. 

Mesmo não sendo entendida como bullying, trata-se de uma situação que exige a reflexão sobre o convívio entre membros da comunidade escolar. Quando as agressões ocorrem, o problema está na escola como um todo. Em uma reunião com todos os educadores, pode-se descobrir se a violência está acontecendo com outras pessoas da equipe para intervir e restabelecer as noções de respeito.

Se for uma questão pontual, com um professor apenas, é necessário refletir sobre a relação entre o docente e o aluno ou a classe. ''O jovem que faz esse tipo de coisa normalmente quer expor uma relação com o professor que não está bem. Existem comunidades na internet, por exemplo, que homenageiam os docentes. Então, se o aluno se sente respeitado pelo professor, qual o motivo de agredi-lo?'', questiona Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação "As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral", da Universidade de Franca (Unifran). 

O professor é uma autoridade na sala de aula, mas essa autoridade só é legitimada com o reconhecimento dos alunos em uma relação de respeito mútua. ''O jovem está em processo de formação e o educador é o adulto do conflito e precisa reagir com dignidade'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Unicamp.




Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-escola-professor-alvo-610525.shtml

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Agredido por homofobia, aluno quebra silêncio e pede respeito

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com apenas 15 anos, o estudante de Santo Ângelo (RS) denunciou agressão sofrida na escola
Foto: Angela Chagas/Terra
 
 
 
ANGELA CHAGAS
Direto de Santo Ângelo
"Se eu não tivesse denunciado o que fizeram comigo, meu caso iria acabar como mais uma estatística da violência contra os gays no Brasil", é assim que o estudante C.T., de apenas 15 anos, resume o drama vivido em uma escola pública de Santo Ângelo, no interior do Rio Grande do Sul. Em um e-mail enviado à Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) poucos dias depois de ser agredido por um colega de aula, ele contou que sentia vontade de morrer. "Às vezes eu sinto que ninguém gosta de mim e que a única solução é me matar", escreveu na mensagem que foi divulgada em todo o País.
Dois meses depois de ser agredido com chutes e pontapés pelo colega de aula, o adolescente disse que enviou o e-mail como uma forma desesperada de romper com o silêncio comum às vítimas da homofobia em busca de respeito. C.T. e sua mãe, que preferiu não divulgar o nome para preservar o filho, receberam o Terraem sua casa, na cidade de Santo Ângelo, localizada a 450 km de Porto Alegre. Pedagoga, a mãe disse que ela e o marido levaram um choque quando souberam que o adolescente havia sido agredido na escola.
"Foi um grande susto, mas desde o primeiro momento decidimos apoiar o nosso filho", contou a mulher ao afirmar que não sabia que o adolescente sofria bullying dos colegas. "A parte física não foi tão forte, foram alguns chutes e socos. Isso passou. Mas o pior foi o lado emocional. Ele tem pesadelos quase todas as noites e agora precisa de acompanhamento psicológico", disse sobre o único filho.
A família de C.T. registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil após a agressão. O colega de aula, da mesma idade, foi ouvido, assim como educadores da escola, que foram acusados de omissão. "Os professores sabiam o que acontecia comigo e tapavam os olhos. Vários colegas faziam piadinha comigo e eles não faziam nada", disse o estudante. "Normalmente, os professores não querem se envolver, não pensam que é algo sério. Acham que é só uma brincadeira de adolescente. Mas no meu caso, o resultado dessas 'brincadeiras' foi a agressão. O meu colega começou a me bater na saída da aula e disse que tinha uma faca para me matar. Tinha um monte de gente em volta olhando, e ninguém fez nada".
Segundo a responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Santo Ângelo, Elaine Maria da Silva, a investigação foi concluída em abril e encaminhada ao Ministério Público. A delegada disse que o resultado não pode ser divulgado por envolver menores de idade. Para C.T., a sensação é de impunidade: "Todo mundo sabe quem eu sou nessa cidade, apesar de ter pessoas que me apoiam, muita gente passa por mim e me reprova. A minha vida mudou muito, tenho medo de sair na rua e ser agredido de novo. Para ele (o agressor), a vida continua a mesma, ou até melhor porque ele foi tratado como herói. Uma prova disso é que semanas depois da agressão ele foi eleito líder da turma", lamenta o adolescente, que estudava no 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Onofre Pires.
Além do medo, ele precisou enfrentar várias mudanças após denunciar a agressão. A família o matriculou em uma escola particular da cidade. Ele também recebe acompanhamento de duas psicólogas: uma do novo colégio e outra contratada pela Secretaria de Educação do Estado. Apesar do sofrimento, C.T. não se arrepende em ter tornado pública sua história. "Fiz isso como uma garantia para que meu caso não fosse negligenciado".
A direção da escola Onofre Pires, onde ocorreu a agressão, disse que o caso está sob responsabilidade do Ministério Público e que não vai comentar as denúncias do aluno. Já a Secretaria Estadual da Educação informou que presta toda a assistência ao jovem e a sua família, com o acompanhamento da psicóloga.
A atitude desse menino é uma exceção, diz pesquisadora 
Coordenadora da Área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Miriam Abramovay afirma que a história de C.T. é uma exceção no Brasil. "Ele é uma exceção porque reagiu. Foi para os jornais, falou com os governos, com os movimentos sociais. Isso tudo é fruto de uma consciência política muito forte. A maioria dos adolescentes que passa pela mesma situação acaba silenciando. O medo e a vergonha de se sentir culpado por ser diferente faz com que não reajam à violência", explica Abramovay, autora de diversos livros e pesquisadora sobre a violência nas escolas.
Segundo ela, a falta de reação contra o bullying homofóbico causa diversos danos, como o isolamento social, falta de interesse nos estudos e, em alguns casos mais extremos, leva até ao suicídio. "A escola trabalha na lei do silêncio, e não do diálogo. Quanto menos tiver que fazer melhor. Acontecem 800 casos iguais por dia, mas a escola finge que não é nada sério", lamenta a especialista. Ela afirma ainda que os educadores estão despreparados para lidar com a sexualidade e diversidade de gênero e que a falta de uma política pública voltada para discutir a homofobia dentro das escolas impede avanços. "Temos que colocar mais energia nisso. Já existem algumas ações isoladas, mas ainda é algo muito tímido, que precisa ser reforçado", afirma ao destacar a importância da capacitação dos professores para lidar com a violência homofóbica.
Para C.T., que sonha em ir para uma cidade maior estudar medicina ou jornalismo, as escolas públicas ainda não estão preparadas para lidar com a homofobia. "Na minha escola nova, que é particular, eu percebo que os professores são mais capacitados, não tem tanto preconceito. Mas no geral, acho que falta muita informação. Eu acredito muito que o preconceito acaba quando as pessoas conhecem o assunto. Elas deixam de acreditar em crendices, passam a perceber que os gays são pessoas iguais a todas as outras", disse ao Terra.
C.T. finalizou citando o kit de combate a homofobia que seria distribuído nas escolas públicas e que foi vetado pela presidente Dilma no ano passado. "O veto ocorreu por causa da pressão da bancada evangélica, mas eu espero que os políticos parem com essa hipocrisia de negar que o problema da homofobia existe e tomem uma providência logo", declarou o adolescente ao destacar que a população LGBT precisa ter seus direitos respeitados.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Atividades na STE - Projeto Tosco e Planejamento Online

Neste sábado (19/05/2012) a sala de tecnologia recebeu alunos e professores para realizarem atividades ligadas ao projeto Tosco e ao Planejamento Online.






Professor Francis Torres participando do questionário sobre o livro Tosco.


As atividades obtiveram o auxílio do professor gerenciador de tecnologias educacionais - Francis Torres e da coordenadora de Língua Portuguesa - Lucimara Canto. Alunos e professores realizaram preenchimentos de questionários ligados ao livro Tosco; e os professores regentes fizeram cadastro do planejamento online com a intenção de lançar os planejamentos futuros no sistema da SED.


Os professores acreditam que com o novo sistema de planejamento
suas tarefas serão facilitadas.



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Projeto que garante assistência psicológica a estudantes e professores vítimas de violência pode virar lei

Lourenço Canuto
Da Agência Brasil, em Brasília





A CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado aprovou hoje (9) projeto de lei que prevê assistência psicológica a estudantes e professores da educação básica vítimas de agressão dentro e fora das salas de aula.
A proposta, que aperfeiçoa o tratamento da questão pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, ainda vai ser apreciada em caráter terminativo pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Como teve origem na Câmara dos Deputados, a matéria estará aprovada definitivamente pelos senadores se não houver alteração no texto.
A prática de bullying contra estudantes é outra justificativa para o projeto, segundo destacou o senador Paulo Davim (PV-RN), que chamou a atenção para a divulgação constante de notícias sobre violência e constrangimentos a alunos e educadores no país.
O trabalho de assistência terá que ser promovido por pessoal habilitado e é tido pela relatora substituta da matéria, senadora  Lídice da Mata (PSB-BA), como medida fundamental para melhorar o ambiente escolar, permitindo resolver conflitos, prevenir o absenteísmo e trazer mais motivação ao aprendizado e ao próprio desenvolvimento pedagógico.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Depoimentos em seminário da Câmara denunciam bullying homofóbico nas escolas



Depoimentos denunciando o bullying homofóbico e outras formas de violência contra os gays marcaram o 9º Seminário Nacional de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), organizado pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias; e de Educação e Cultura.
A representante do movimento Mães pela Igualdade, Marlene Xavier, que é mãe de quatro filhos homossexuais, contou que há 10 anos perdeu um de seus filhos por conta da homofobia. “Ele foi tirado de mim por pessoas homofóbicas, e os responsáveis por isso estão livres, porque são pessoas de grande poder aquisitivo, infiltradas na política”, relatou.
Marlene disse que nunca foi fácil lidar com o desrespeito da sociedade com seus filhos e com o sofrimento deles com o bullying e outras formas de violência. Segundo ela, seus filhos tiveram dificuldades de conseguir trabalho na cidade mineira onde nasceram – Montes Claros. “Foi difícil não deixar que meus filhos caíssem na marginalidade e foi difícil lidar com o pai das crianças”, relatou. “Apesar de amarmos profundamente nossos filhos, não desejamos que sejam homossexuais por medo da sociedade, por medo da discriminação”.
O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), coordenador da Frente Mista pela Cidadania LGBT na Câmara, deu depoimento pessoal sobre sua infância em Alagoinhas, no interior da Bahia. Ele disse que, a partir dos 5 anos, não se identificava com “coisas de meninos”, como futebol. “Eu gostava de fazer desenhos, brincar de roda, de cantar e de brincar de boneca com as minhas primas. Eu gostava de coisas de menina.”
Conforme ele, nessa época começou a ser chamado de apelidos ofensivos, além de ser vítima de violência física por parte de outras crianças e também por parte de adultos, inclusive familiares. “Essas crianças não recebem nenhuma defesa na escola, e os professores muitas vezes culpam as crianças pelas injúrias recebidas”, afirmou. “Quem mandou ter esse jeitinho, dizem as professoras.”

Perseguição a transexuais

O primeiro transexual masculino brasileiro (transhomem), João Nery, que foi submetido à cirurgia que o transformou de mulher em homem, contou que nasceu com corpo de menina, mas sempre se sentiu menino. Era chamado de “Maria homem”, entre outros apelidos pejorativos, e foi reduzindo o seu convívio social por conta dos insultos.
Conforme ele, a inadequação entre sua identidade de gênero e seu corpo biológico só cresceu na adolescência. Aos 27 anos, ele se submeteu a uma cirurgia clandestina de mudança de sexo. A operação ocorreu em 1977, 20 anos antes de esse tipo de cirurgia ser legalizado no País. Desde 1998, o procedimento pode ser feito por meio do Sistema Único da Saúde (SUS).
Depois que mudou de sexo, Nery alterou o nome, mas perdeu toda a sua história pregressa, inclusive a comprovação de escolaridade. Psicóloga e professora quando mulher, agora ele é considerado analfabeto e tem dificuldades de sobrevivência. A história foi relatada por Nery no livro “Viagem Solitária – memórias de um transexual 30 anos depois”. Para ele, os transexuais são o segmento mais perseguido da sociedade.

Disque 100

A representante da Secretaria de Direitos Humanos, Nadine Borges, informou que a violência contra crianças e adolescentes, inclusive de gênero, também pode ser denunciadas por meio do serviço Disque 100, criado inicialmente para receber denúncias de pornografia infantil. “Não podemos admitir na sociedade, em 2012, qualquer tipo de violência, inclusive a palmada”, destacou.
Ela defendeu a aprovação da chamada Lei da Palmada (PL 7672/10) que estabelece o direito de crianças e adolescentes serem educados sem o uso de castigos físicos. A aprovação da lei também foi defendida pela deputada Teresa Surita (PMDB-RR).

Matéria extraída do site: http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/05/15/depoimentos-em-seminario-da-camara-denunciam-bullying-homofobico-nas-escolas.htm

Como garantir a frequência dos alunos

Foto: Fernanda Preto


Manhã de segunda-feira na Roberto Mario Santini, uma escola municipal de Praia Grande, a 86 quilômetros de São Paulo. Às 8 horas em ponto, os alunos - todos do 1º ao 5º ano - já estavam no pátio, prontos para cantar o Hino Nacional. Dali a alguns instantes, subiriam para as salas de aula com a habitual empolgação de início de semana.

E era justamente isso o que preocupava a pedagoga Angélica Viegas, funcionária da Secretaria Municipal de Educação. Uma das 13 máquinas que diariamente fazem o registro eletrônico de presença da garotada apresentava um defeito. Angélica precisava avisar a secretaria com urgência. Caso contrário, o sistema acusaria a falta de uma turma inteira - e enviaria para os pais, via celular, uma mensagem automática denunciando a ausência.




Falhas desse tipo ainda são compreensíveis, já que o registro eletrônico de frequência está funcionando na Mario Santini há pouco tempo (desde o começo do ano). Assim que entram nas salas, os estudantes colocam o dedo num leitor de impressões digitais e pronto: as presenças são computadas. No início, eles achavam o máximo, talvez porque se sentissem personagens de um filme de ação. Passados alguns meses, no entanto, a novidade virou rotina e perdeu um pouco da graça.

Por outro lado, pais, professores e gestores continuam gostando - e muito - dos benefícios trazidos pelo sistema. O índice de faltas despendou 85%. E o serviço de Eva Célia de Oliveira, a merendeira, acabou ficando mais ágil, pois o número total de alunos é repassado à cozinha, pelo computador, assim que o registro das presenças é concluído - o que também ajuda a calcular a quantidade de comida a ser preparada.


De acordo com Marcos Pastorello, coordenador de inclusão digital da prefeitura, mais 45 equipamentos serão instalados em outras cinco unidades de ensino até o fim de 2011, ao custo de 2 mil reais por máquina.



segunda-feira, 14 de maio de 2012

Tosco em Ação - Pesquisa sobre Bullying - SBT MS



 Editora Alvorada, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação/MS vem aplicando em toda rede de escolas estaduais uma pesquisa sobre bullying, para professores e alunos.
Essa pesquisa faz parte do projeto Tosco em Ação.


E você? Já faz parte dos 11 mil alunos e professores que já responderam à pesquisa?
http://editoraalvorada.com.br/livrotosco

http://editoraalvorada.com.br/lojavirtual/27-tosco.html

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Personalidades famosas também já foram vítimas de bullying




Diversas personalidades já relataram ter sofrido bullying na escola. Sejam agressões verbais ou até mesmo físicas, elas ficam pra sempre guardadas na memória de quem sofreu. Por isso é muito importante combater o bullying desde cedo, para que mais tarde, ele não se torne uma violência ainda maior.






A atriz Alinne Moraes contou que já foi vítima de brincadeirinhas sem limite dos colegas na época da escola. Segundo ela, os alvos das gozações eram seus lábios carnudos, que rendeu o apelido de ''Bocão Royal'', referência ao personagem símbolo de uma marca de gelatina.














O cantor Eminem afirma ter sofrido bullying na escola e diz que chegou a perder temporariamente a visão de um olho por conta de agressões sofridas no colégio.












E até Kate Middleton, mulher do príncipe William e duquesa de Gales, já sofreu bullying. Segundo uma colega de escola, o motivo seria ela ser perfeita demais.








O ator Leonardo Miggiorin, que interpretou o promoter gay Roni em Insensato Coração, contou que sofria bulliyng na escola. ''As meninas me adoravam. Então, os caras tinham ciúme de mim. Eu não era nada: um baixinho, um nerd. E, ainda assim, fazia sucesso com as meninas. Teve um cara que encasquetou comigo e tentava me atingir me xingando'

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Projeto que garante assistência psicológica a estudantes e professores vítimas de violência pode virar lei

Foto: hypescience.com


A CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado aprovou hoje (9) projeto de lei que prevê assistência psicológica a estudantes e professores da educação básica vítimas de agressão dentro e fora das salas de aula.

A proposta, que aperfeiçoa o tratamento da questão pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, ainda vai ser apreciada em caráter terminativo pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Como teve origem na Câmara dos Deputados, a matéria estará aprovada definitivamente pelos senadores se não houver alteração no texto.

A prática de bullying contra estudantes é outra justificativa para o projeto, segundo destacou o senador Paulo Davim (PV-RN), que chamou a atenção para a divulgação constante de notícias sobre violência e constrangimentos a alunos e educadores no país.

O trabalho de assistência terá que ser promovido por pessoal habilitado e é tido pela relatora substituta da matéria, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), como medida fundamental para melhorar o ambiente escolar, permitindo resolver conflitos, prevenir o absenteísmo e trazer mais motivação ao aprendizado e ao próprio desenvolvimento pedagógico.


Dislexia e o processo de aprendizagem


A Dislexia é um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na leitura, escrita e soletração. É uma condição genética e hereditária, com alterações no padrão neurológico, e não está relacionada à alfabetização deficiente ou à personalidade. Para diagnosticar esse distúrbio é necessário consultar um profissional, que dará as orientações e estímulos corretos para tratar o problema. Na maioria dos casos, a dislexia é diagnosticada na infância, onde as manifestações são mais claras. Mas isso não significa que o diagnóstico seja fácil.
Os principais sintomas aparecem na idade escolar e entre os mais comuns destacam-se:
- apresentar dificuldade de escrever ou ler / baixo rendimento escolar;
- entender o que lê somente quando lê em voz alta, para poder ouvir o som da palavra;
- omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
- estar no “mundo da lua”; dispersão;
- ter dor de barriga na hora de ir para a escola e ter febre alta em dias de prova;
- pensar por meio de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
- não ter atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
- com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído.
E de que forma a dislexia pode influir nas relações familiares ou vice-versa? Primeiramente, é preciso estar atento ao desenvolvimento da criança. Qualquer sintoma deve ser um alerta para os pais e educadores, que devem procurar ajuda médica. Os sintomas mais comuns se manifestam na pré-escola. A dislexia costuma provocar dificuldades de relacionamento, inicialmente na escola e depois na própria família, com os pais e irmãos.
Por conta do baixo rendimento escolar, dispersão e baixa autoestima, as crianças se sentem incapazes de realizar muitas tarefas e lidam com o medo, pressões e sentimentos de rejeição. Nesse momento, é fundamental o apoio da família! As dificuldades serão superadas com mais êxito se a criança se sentir amada e protegida por aqueles que são sua referência de vida. Independentemente de os pais passarem por alguma crise no casamento ou crise financeira, os filhos precisam ser preservados desses problemas ao máximo. Quando os pais e os educadores trocam informações e buscam apoio e estímulos em prol da criança, são muitos os benefícios.
O profissional mais adequado para trabalhar com o disléxico é o fonoaudiólogo, pois sua principal dificuldade é fazer a relação letra e som. Dependendo do grau da dislexia (leve, média ou severa) e do tipo (visual, auditiva ou mista), um psicopedagogo também poderá acompanhá-lo. Os adolescentes e adultos disléxicos normalmente têm a autoestima muito rebaixada e necessitam de acompanhamento psicológico.
Em alguns casos, quando a dislexia não é tratada, a criança tende a se tornar um adulto com dificuldades emocionais (de relacionamentos, trabalhos e tomada de decisões). O desequilíbrio emocional traz depressão e ansiedade e pode levar ao consumo de álcool e drogas. Por isso, quanto antes for diagnosticado, melhor.
Dicas para combater a dislexia
- Ler histórias que estejam de acordo com a faixa etária da criança.
- Tornar a leitura parte do cotidiano, solicitando à criança que leia textos de seu interesse 10 minutos ao dia.
- A tecnologia também é uma aliada importante! Softwares educativos desenvolvem a leitura, a memória, a atenção e outras áreas importantes do cérebro.
- Demonstre conceitos abstratos. Por exemplo: água passando do estado líquido para o estado de vapor.
Apesar das complicações, engana-se quem pensa que o disléxico não é inteligente. Com o passar dos anos, ele saberá contornar as dificuldades e encontrará alternativas para lidar com as suas próprias limitações. Trabalhar os estímulos em um disléxico desde a infância é de extrema importância. Ao fazer o tratamento - cada paciente ao seu tempo - os resultados vão garantir ao disléxico uma vida mais saudável e equilibrada. No presente e no futuro!

Fonte: http://www.nota10.com.br//artigo-detalhe/6672_Dislexia-e-o-processo-de-aprendizagem

terça-feira, 8 de maio de 2012

A matemática do dia-a-dia

Em Recife, professor criou Laboratório de Matemática com o objetivo de aproximar a disciplina do cotidiano dos alunos


Foto: gibihq.org
Matemática e suas tecnologias

Competência: Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações algébricas.

Algumas habilidades que compõem essa competência:

- Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.

- Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.


Preocupado com as dificuldades de seus alunos em resolver problemas relacionados à função exponencial, o professor José Edeson Siqueira, coordenador de matemática do Colégio Equipe, no Recife, decidiu aliar ao estudo um dos entretenimentos favoritos dos jovens: as séries de televisão. "A partir das Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCEM) e da ampliação do Enem, tivemos um redirecionamento das práticas educacionais que apontava para a necessidade de trabalhar as aplicações matemáticas de forma mais concreta e ilustrativa", conta o professor. Nessa perspectiva, foi criado no Equipe um laboratório de matemática de caráter multidisciplinar e complementar às aulas regulares, com o objetivo de aprofundar os temas estudados com foco na resolução de situações-problema e elaboração de propostas.


Em 2006, surgiu a ideia de usar nas aulas episódios do seriado norte-americano Numb3rs, cujo enredo se baseia no cotidiano de um agente federal do FBI (Federal Bureau of Ivestigation, Departamento de Investigação Federal em tradução livre) e seu irmão, um gênio matemático, que o ajuda a resolver os crimes por meio da matemática. "Os vídeos apresentam ideias globais sobre determinado assunto, o que é atrativo e divertido para os alunos", aponta José Edeson. O professor escolheu, então, um episódio que abordava questões sobre a radioatividade e propôs que os alunos refletissem sobre o tema, relacionando o conceito de função à radioatividade e discutindo suas consequências e efeitos à exposição humana. "Com essa atividade, trabalhamos não só a matemática, como conceitos de química, física e biologia", lembra.


Depois da realização da primeira proposta de trabalho com séries, os alunos começaram por conta própria a identificar situações matemáticas em outros filmes que assistiam apenas por lazer. O coordenador comemora o êxito do projeto: "tentamos proporcionar aos alunos situações de aprendizagem que valorizem o raciocínio e contribuam para que no final do ensino médio estes jovens saibam usar a matemática para resolver problemas cotidianos". Ele lamenta, no entanto, que ideias como essa sejam desenvolvidas apenas em atividades extracurriculares. "Infelizmente o currículo brasileiro é enciclopédico. Eu poderia trabalhar dessa forma em 90% das minhas aulas, mas em função do vestibular não podemos construir um currículo que para nós seria o ideal", finaliza.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Bullying Escolar



O termo BULLYING compreende todas as formas de maneiras agressivas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivo evidente e são tomadas por um ou mais estudantes contra outro, causando traumas, e são executadas dentro de uma relação desigual de poder. A prática de atos agressivos e humilhantes de um grupo de estudantes contra um colega, sem motivo aparente é conhecida mundialmente como bullying e bully significa brigão, valentão. O BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola. Os que praticam o BULLYING têm grande perspectiva de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delituosas ou delinqüentes. 

Os alunos, com uma freqüência muito maior, estão mais envolvidos com o Bullying, tanto como autores quanto como alvos. Já entre as alunas, embora com menor freqüência, o BULLYING também ocorre e se distingue, principalmente, como método de exclusão ou difamação. Até um apelido pode causar desmoronamento na auto estima de uma criança ou adolescente. Apesar de não sofrerem diretamente as agressões, poderão ficar aborrecidas com o que vêem e indecisas sobre o que fazer. Tudo isso pode influenciar de maneira negativa sobre sua competência de adiantar-se acadêmica e socialmente. O Bullying escolar é assim classificado: alvos de Bullying - são os alunos que só sofrem BULLYING; alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING; autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING; testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas coexistem em um ambiente onde isso acontece. 

Quando não há intervenções eficazes contra o BULLYING, o espaço escolar torna-se totalmente corrompido. Todas as crianças, são afetadas, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Os alunos que sofrem BULLYING, dependendo de suas características individuais e dos meios em que vivem, principalmente os familiares, poderão não ultrapassar os traumas sofridos na escola. Poderão quando adultos apresentar sentimentos negativos, especialmente com baixa auto estima, tornando-se indivíduos com sérios problemas de relacionamento. Poderão adquirir, também, um comportamento hostil. 

A prática de bullying começou a ser pesquisada há cerca de dez anos atrás na Europa, quando descobriram que essa forma de violência estava por trás de muitas tentativas de suicídios de adolescentes. No Reino Unido, por decisão governamental, hoje todas as escolas já implantaram políticas antibullying. 


O médico Aramis Lopes Neto, coordenador da pesquisa da ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência) diz: “Trata-se de um problema complexo e de causas múltiplas. Portanto, cada escola deve desenvolver sua própria estratégia para reduzi-lo. A única maneira de se combater o bullying é através da cooperação de todos os envolvidos: professores, funcionários, alunos e pais. As medidas tomadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de costumes de não violência na sociedade”. 

Fonte de referência: ABRAPIA 

Autora: Amelia Hamze 
Profª FEB/CETEC e FISO




Fonte: http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/bullying-escolar.htm

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Como lidar com o cyberbullying? Veja o que dizem especialistas











"Fulano é CDF", "Beltrano, aprende a falar!" - o deboche entre crianças e adolescentes, freqüente nas escolas, ganha espaço e gravidade na Internet. Tratado muitas vezes como brincadeira, o bullying - termo usado para descrever essas agressões verbais ou físicas repetidas - pode ter conseqüências graves e requer atenção de pais e professores, tanto no mundo real quanto no virtual.

"A propagação de apelidos e histórias mentirosas ganham o respaldo da sensação de anonimato que a Web dá", diz a pedagoga Cleo Fante, autora do livro "Bullying Escolar - perguntas e respostas", Editora Artmed.
Segundo a pesquisadora, o cyberbullying - a versão online da prática - tem potencial para fazer ainda mais vítimas que o bullying tradicional.
"Basta uma foto ou um vídeo na Internet para virar motivo de piada ou de um perfil virtual falso. Alguém se passa por você e diz que você fez ou é coisas que não são verdade", explica Fante.
No bullying offline, as principais vítimas costumam ser crianças tímidas ou com características fora do que se considera padrão (desempenho escolar melhor ou pior que o dos colegas, peso abaixo ou acima da média, por exemplo).

Cuidados com os pequenos

A inexperiência com as ferramentas virtuais e a falta de malícia deixam os pequenos mais vulneráveis ao cyberbullying.
"É comum as crianças não tomarem cuidados básicos, como não contar as senhas que utilizam e esquecer de fazer logoff de e-mail e programa de mensagens. Por isso os adultos precisam orientá-los", diz Fante.
Para a pesquisadora, o medo do bullying não pode levar os pais a proibir as crianças a utilizar a Internet.
"É uma ferramenta útil, mas precisa ser utilizada com supervisão e cuidado", diz.

Vítimas devem acionar a Justiça
Alguém criou uma comunidade virtual para zombar de seu filho ou está distribuindo e-mails que o ofendem. O que fazer?

O promotor de justiça criminal Lélio Braga Calhau, de Minas Gerais, dá dicas: "Se for uma comunidade ou perfil falso, é preciso fazer um 'PrintScreen' (comando que copia a imagem exibida na tela) e imprimir a figura. O responsável pela vítima pode fazer uma denúncia em delegacia de polícia ou diretamente no Ministério Público".
É necessário fornecer o máximo de detalhes possíveis sobre o caso, como endereço do site que veiculou a ofensa, dia e horário em que estava no ar e nome de quem publicou se a vítima souber.
Feita a denúncia, a Justiça exige que o site tire a página ofensiva do ar, segundo o promotor.
"O anonimato pela Internet é uma falsa impressão. A Justiça brasileira consegue descobrir o autor da ofensa e encaminha o processo contra ele", explica o promotor.
O agressor pode ser processado e ter de pagar indenização. Se for menor de idade, a conta pode pesar no bolso dos pais.
"Por isso, é preciso cuidado redobrado: os pais precisam verificar se o filho não sofre esse tipo de intimidação, já que muitos têm vergonha de contar, e, também, se ele não é um possível autor de bullying", recomenda a pedagoga Cleo Fante.
A receita para proteger os filhos das ameaças dos tempos modernos é antiga: "tem de conversar em casa, ver se está tudo bem, analisar o comportamento. A vítima de bullying dá sinais de nervosismo, irritação, perde vontade de ir à escola, se afasta dos amigos. Já o autor costuma ter comportamento violento, agressor egoísta. Cada pai tem de conhecer o filho que tem", diz Fante.

CUIDADOS QUE SEU FILHO DEVE TER NO USO DA WEB

Evitar colocar fotografias em sites de relacionamentos;
Não divulgar as senhas de e-mail em programas de mensagem;
Clicar em "sair", "log-off" ou similares ao terminar de utilizar essas ferramentas;
Não autorizar a opção "salvar automaticamente a senha" no PC de lan-house, escola ou casa de amigos;
Dizer, com dureza, aos colegas que não aceita o apelido que inventaram;
Não esconder do professor e dos pais que é vítima de brincadeira de mau gosto na escola ou na internet.

SEU FILHO PODE SER VÍTIMA DE CYBERBULLYING SE...

Demonstra sinais de irritação (gritos, choro) durante e após o uso da web;
Quer checar e-mails e sites de relacionamento sempre;
De repente, afastou-se da internet ou aumentou a frequência de uso;
Apresenta desculpas para faltar às aulas;
Tem sintomas de nervosismo antes de ir à escola (dores de cabeça, de estômago, diarreia, vômitos);
Tem dificuldades de fazer amigos;
Volta da escola triste, machucado, com roupas ou material danificados.