quinta-feira, 26 de abril de 2012


Dicas de português

Por Dad Squarisi
 
dadsquarisi.df@dabr.com.br





Ser chique é … 
“O carro que você gosta está aqui”, diz outdoor espalhado pela cidade. Charmoso, o anúncio chama a atenção. Passantes o leem. Mas, ao bater os olhos no texto, põem a barba de molho. “Cadê a preposição?”, perguntam desconfiados.
 
Eis um calo no pé. Aliás, um calão. Boa parte dos brasileiros tem dificuldade de empregar o pronome relativo. É o caso de que, o qual, cujo, onde. Quando vem preposicionado, então, a dor aumennnnnnnnnnnnnta. A saída? Ir à raiz do desconforto. O caminho: entender a manha do doloroso.
 

… entender a bivalência
 
O relativo exerce dupla função. Uma delas: evita a repetição de palavras. A outra: liga duas orações. Quer ver?
 
Cachoeira chegou a Brasília há uma semana. Cachoeira está preso na Papuda.
 
Feia, não? Dois períodos tão curtinhos e dose dupla do substantivo Cachoeira. O relativo resolve a questão. Ele substitui o repeteco:
 
Cachoeira, que chegou a Brasília há uma semana, está preso na Papuda.
 
Visitei a Bienal de Brasília. A Bienal acabou na segunda.
 
Xô, repetição! Visitei a Bienal de Brasília, que acabou na segunda.
 
*
 
Minha terra tem palmeiras. Nas palmeiras, canta o sabiá.
 
Palmeiras mais palmeiras? Cruz-credo! Melhor pedir socorro ao relativo. Nas palmeiras indica lugar. O onde pede passagem:
 
Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá.
 

… e exibir a preposição
 
Às vezes, o termo repetido vem antecedido de preposição. Não vale engoli-la. No novo período, a mocinha aparece no mesmo lugar — antecede o pronome relativo. Foi aí que o anúncio tropeçou :
 
O carro está aqui. Você gosta do carro.
 
Reparou? O termo repetido é carro. O relativo o substituirá. Olho na preposição:
 
O carro de que você gosta está aqui.
 
*
 
A cidade se chama Tubarão. Vim de Tubarão.
 
A cidade de onde vim se chama Tubarão.
 
*
 

A empreiteira se chama Delta. A CPI se referiu à Delta.
 
A empreiteira a que a CPI se referiu se chama Delta.
 
Viu? Com o pronome relativo, a frase fica mais enxuta. Se ele for preposicionado, ganha charme e elegância. Olho vivo!
 

A sete chaves
 
Haverá CPI? Não haverá CPI? Deputados e senadores se reuniram em salas fechadas. Até baterem o martelo, sobraram conchavos. Ops! Conchavos? A palavra designa dependências da casa que se fecham com uma só chave. É o caso do quarto e da sala. Com o tempo, o vocábulo ganhou novas acepções. Hoje designa acordos. A razão é simples. Os conchavos são feitos em recintos trancadinhos. Depois, podem ser discutidos em lugares públicos. Só depois…
 

Filho de peixe…
 
“Cachoeira era useiro e vezeiro em subornar consciências”, repetem repórteres, políticos, empresários. A ladainha suscitou uma questão. É esta: por que useiro se grava com s e vezeiro com z? Trata-se do respeito à família. Na língua, filho de peixe peixinho é. Useiro é filhote de uso. Vezeiro, de vezo (costume, hábito). O s e o z funcionam como sobrenome.
 

Mania nacional
 
Médicos põem a boca no mundo. De um lado, falam das más condições de trabalho. De outro, da escassez de profissionais. Por fim, de hábito bem brasileiro. Nove em cada 10 tupiniquins tomam remédio por conta própria. Automedicam-se. Vale a pena, por isso, debruçar-se sobre o prefixo auto-. Como escrever os derivados? Com hífen? Sem hífen? A dissílaba pede tracinho quando seguida de h ou o. No mais, é tudo colado. Quando seguido de r ou s, dobra as consoantes para manter a pronúncia: auto-hipnose, auto-observação, autoafirmação, autodidata, autobiografia, autorretrato, autossuficiência.
 

Leitor pergunta
 
Depois da morte do papa João Paulo II, ouço Opus Dei a torto e a direito. O que as duas palavras querem dizer?
 
Carlos Melo, Boa Vista
 
O nome do grupo pra lá de conservador da igreja católica está escrito em latim. Em bom português, Opus Dei significa obra de Deus.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Diga "não" ao bullying entre as crianças!


Diga "não" ao bullying entre as crianças!

Esclareça suas principais dúvidas sobre o bullying e descubra como você pode cortar esse mal pela raiz

27/03/2012 18:25
Texto Suzana Dias
Foto: SXC
Foto: O agressor, conhecido por bully, também sofre consequências
O agressor, conhecido por bully, também sofre consequências


Quando manda um filho para a escola, toda mãe acredita que está proporcionando a ele um dia de aprendizado, brincadeiras e convívio feliz com os amigos. Infelizmente, nem sempre esse cenário se concretiza, porque o local de ensino pode se transformar em um inferno. O bullying, comportamento agressivo de alguns estudantes contra outros, traz consequências terríveis. "As vítimas sofrem maus tratos psicológicos que podem interferir intensamente no desenvolvimento social, emocional e em seu rendimento escolar", diz Gustavo Teixeira, psiquiatra infantil, mestre em Educação e autor do livro Manual Antibullying (Editora Best Seller).
I.F.B. é uma mãe carioca que conseguiu ajudar a filha de 6 anos a parar de sofrer com o bullying. Conheça sua história:
O que aconteceu
"Quando entrou em um novo colégio para cursar a 1ª série, Amanda passou a ser perseguida por duas meninas da classe. Até a marca de lápis de cor que minha filha usava era motivo de deboche. As garotas faziam com que as outras alunas não falassem com ela e a excluíam. Até colocaram alfinete em sua carteira para machucá-la."

Como a situação afetava a menina

"Amanda chorava muito e pedia para mudar de escola. Como o estabelecimento é muito conceituado, eu insistia para ela permanecer lá. Pedi, então, uma reunião com a escola. A pedagoga conversou comigo, minha filha e as agressoras ao mesmo tempo. Em determinado momento, Amanda disse que o que mais a deixava triste era o fato de as meninas não gostarem dela, já que ela gostava tanto das duas... Isso me feriu muito, saí da sala chorando."

Enfim, a solução


"Apesar da conversa com a pedagoga, as agressões continuaram. Decidi pedir ajuda a uma professora da 5ª série, que tinha fama de má e era muito respeitada pelos alunos. Essa professora chamou as meninas e mandou que parassem com a `palhaçada¿, questionando se elas gostariam de passar por aquilo. As duas, então, deixaram de persegui-la."

A seguir, o especialista Gustavo Teixeira esclarece as principais questões sobre esse mal que deve ser combatido com rigor por pais, alunos e educadores:

1. Bullying significa violência física entre estudantes?
Gustavo Teixeira: Não. Tapas, chutes, empurrões e outras agressões físicas são um tipo de bullying. Mas ele também pode ser de natureza verbal, moral ou sexual. Isso quer dizer que xingar, ameaçar, apelidar, humilhar, excluir, assediar e violentar, entre outros atos, também é praticar bullying.

2. Como eu descubro se meu filho é uma vítima?
Gustavo Teixeira: Muitas vezes, por medo ou vergonha, os agredidos não contam à família. Mas há vários sinais que a criança dá. Algumas pistas são: medo de ir à escola, desinteresse pelos estudos, arranhões e machucados no corpo, falta de amigos e material escolar estragado ou furtado.

3. Quais as consequências que uma vítima de bullying sofre?
Gustavo Teixeira: Os danos são muitos e podem ser irreparáveis. Além da queda no rendimento escolar, crianças e adolescentes ficam extremamente estressados. Apresentam problemas como insônia, falta de amor-próprio, ansiedade, depressão e pensamentos suicidas.

4. O que eu faço para ajudar?
Gustavo Teixeira: Converse com seu filho e ofereça apoio. Explique o problema à coordenação pedagógica da escola. É muito importante que a instituição se empenhe em resolver a questão. Também pode ajudar colocar a criança ou adolescente para praticar um esporte fora do horário de aulas. A atividade irá fortalecer não apenas seu corpo, mas também a autoestima e a habilidade de se socializar.

5. Quais as principais consequências que o agressor pode sofrer?
Gustavo Teixeira: As consequências para o bully (lê-se búli), como é chamado o agressor, também podem ser devastadoras. Eles são mais propensos ao uso abusivo de álcool e drogas, a se envolver em atos delinquentes e crimes, e a ter problemas futuros com a Justiça.

6. Se meu filho praticar bullying contra alguém, como eu devo agir?
Gustavo Teixeira: Explique a ele que esse tipo de comportamento é errado e inaceitável. Reforce valores como saber conviver em sociedade e ter respeito pelo próximo. Deixe claro que ele será punido caso volte a se comportar mal. Lembre-se, porém, de que os castigos não devem jamais ser físicos, porque isso apenas reforçará a agressividade nele. Passeios e lazer em família podem ajudar, já que aproximam pais e filhos. Por fim, peça ajuda também na escola. "Livrei minha filha da perseguição" I.F.B. é uma mãe carioca que conseguiu ajudar a filha de 6 anos a parar de sofrer com o bullying. 



Matéria extraída do site: 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O lado bom da internet

Em comemoração ao sucesso que o Tosco vem fazendo nas redes sociais, hoje um artigo para os pais e professores se manterem informados sobre a importância que a internet tem na vida de seus filhos e alunos quando usada corretamente.


O lado bom da Internet

A rede virtual não é o bicho-papão que tanto se diz por aí. Se for bem usada, ela é uma fonte de conhecimento e diversão ótima para a molecada

10/04/2012 19:16
Texto Roberta Cerasoli

Foto: Dreamstime

 Quase metade das crianças de 5 a 9 anos que usa computador acessa a internet sem acompanhamento dos pais
Quando o assunto é a internet, os pais só ouvem falar em riscos, perigos, pedofilia. Não é bem assim. A rede virtual também tem seu lado bom. Claro que é preciso ter cuidado para proteger os filhos. Mas, se for bem orientado, seu uso traz ganhos. Para Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor da Safernet no Brasil, a internet oferece boas oportunidades para crianças e adolescentes.
Mais da metade das crianças de 5 a 9 anos usa computador, sendo que uma a cada três crianças dessa idade usa redes sociais segundo o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC). No entanto, quase a metade das crianças tem acesso à internet sozinha, sem monitoramento.
"Mas é como um parque de diversões", observa Nejm. "Você deixaria sua criança sozinha num parque imenso? Na rede também é preciso estar ao lado dela, orientando e protegendo, mas estimulando sua diversão e desenvolvimento."

E quando os pais não sabem nada de computador?
Hoje, as crianças já nascem dominando mais o computador do que os próprios pais. Mas isso não é motivo para desistir de acompanhar seu filho. Ao comprar um computador, dê uma olhada com ele e tente aprender junto. Mesmo que seja difícil, dê abertura para ele ensinar você e para que ele conte sempre suas descobertas e novidades. Torne-se mais próxima.

Confira abaixo os benefícios da internet para o seu filho.
- As crianças ganham rapidez de raciocínio, principalmente com os joguinhos.

- Melhora na capacidade de aprendizado.

- Agilidade.

- Coordenação motora.

- As crianças podem aprender mais rápido os números e as letras.

- Aproximação maior com os pais, desde que estejam ao seu lado na hora de fazer pesquisas.

- Reforço dos laços de afeto com parentes ou amigos distantes por meio das redes sociais.

- Estímulo a relacionamentos afetivos e sociais, por ser mais fácil para fazer amizades.

- Criar responsabilidade por seus atos, afinal, o que ele diz hoje na internet ficará lá para sempre.

- Redução da timidez. É mais fácil fazer amigos virtualmente e se comunicar com colegas de escola. O que não pode é fazer só esse tipo de contato, mas equilibrá-lo com as vivências reais.

- Aprender a respeitar as diferenças.

- Fortalecer as relações sociais ou profissionais.

- Obter informação para fazer escolhas (como procurar uma profissão, fazer cursos e até amigos).

Como cuidado nunca é demais, veja 5 dicas para evitar aborrecimentos
O ideal é que seu filho não fique mais do que duas horas por dia no computador. "Ele tem de estudar, brincar, fazer deveres de casa. Esse tempo é o máximo indicado", diz o especialista.
A internet é muito interessante, mas não pode substituir o esporte, as brincadeiras de quintal e outras atividades da vida.
Ao criar esse hábito de navegação conjunta, vai ser natural que seu filho procure sua ajuda sempre que se sentir ameaçado ou tiver alguma dúvida sobre algo na internet.
Além de ser um ambiente que muitas vezes não é saudável, nas lan houses os sites estão liberados e seu filho pode ter acesso à pornografia e à violência.
Os programas espiões, que mostram o que seu filho está fazendo na internet, não são a única maneira de protegê-lo. "Os pais devem bloquear sites mais agressivos ou com pornografia, mas o programa espião não é um controle educativo. Oriente seu filho para que ele mesmo aprenda a se proteger", explica Nejm.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A inclusão escolar do deficiente auditivo


Deficiência Auditiva

Autor: Laís Ferraz Teixeira Ávila, Morgana Bica Szadkoski, Mara Nieckel da Costa
Data: 12/01/2009
Resumo: O presente artigo tem como proposta trazer temas questionadores e atuais com relação à Deficiência auditiva. Através deste poderão ser sanadas dúvidas com relação à surdez em si, porém será dada maior ênfase à questão envolvida nos aspectos educacionais das pessoas com essa deficiência. Serão expostas formas de minimizar as dificuldades encontradas pelos professores ao lidar com alunos portadores de Necessidades Especiais e também sugestões de como identificar, nesse caso, a deficiência auditiva. Simplesmente falar sobre educação inclusiva é muito fácil, em um contexto que mostra inúmeras diferenças em vários aspectos, sabe-se os professores e a sociedade em geral não estão realmente preparados para receber essas pessoas em seu ambiente profissional, educacional e até mesmo social.
Palavras-chave: Deficiência auditiva, inclusão escolar, LIBRAS.
Introdução
Deficiência auditiva é o nome usado para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a uma deficiência na audição.
São inúmeras as formas de identificação de uma criança com deficiência auditiva, cada uma delas de acordo com a idade de cada indivíduo.
Para que aconteça uma boa inclusão escolar do educando é necessário que haja uma cumplicidade entre professor e aluno. É também preciso que o professor esteja em constante atualização, reconhecendo as necessidades de desenvolver métodos de conversação com o aluno, de acordo com seu grau de entendimento, seja ele visual ou auditivo.
Porém, apesar das muitas tentativas do professor, na maioria das vezes o aluno com deficiência auditiva necessita de atendimento em salas de recursos em turno inverso ao da aula. Nessas salas o educando irá desenvolver suas habilidades com auxílio de profissionais da saúde e professores especializados, pois em alguns casos um só professor pode "não dar conta" das necessidades do seu aluno.
Ao receber um aluno com necessidades especiais, o professor provavelmente se sentirá inseguro e com muitas dúvidas. O recomendável para que essas interrogações desapareçam, que se procure informações sobre a criança em seu ambiente familiar, com outros setores da escola e até mesmo com a simples observação de comportamentos do aluno.
Os colegas de turma também sentirão diferença ao conviver com essa criança, por isso é muito importante que haja uma prévia preparação desses alunos. Fazer brincadeiras em que toda a turma fique sem ouvir é interessante, pois assim perceberão quão delicada é a situação do novo colega.
Para servir de auxílio à deficiência auditiva, foi criada a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), que se constitui em uma junção de gestos para expressar certa idéia.
Desenvolvimento
A deficiência auditiva consiste na perda da percepção normal dos sons. Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes graus de perda da audição.
Como identificar uma criança com deficiência auditiva?
Do nascimento aos doze meses de idade:
  • Não reage a um forte bater de palmas;
  • Não procura, com os olhos, de onde vem o som;
  • Não responde à fala dos pais;
  • Não atende quando é chamada pelo nome;
  • Não entende frases simples;
  • Não aponta aos objetos quando é interrogada;
  • Não imita sons.
Dos doze meses aos cinco anos de idade:
  • Reage quando é chamada pelo nome, desde que veja quem está falando;
  • Obedece e começa a se comunicar por meio da linguagem de sinais;
  • Não há enriquecimento vocabular;
  • Não gosta de ouvir histórias;
  • Tem dores de cabeça e infecções nos ouvidos;
  • Parece desobediente à ordens dadas em linguagem oral;
  • Não localiza a direção do som
  • Observa intensamente o rosto dos pais quando falam;

Com mais de cinco anos de idade:

  • Tem dificuldades em prestar atenção a conversas em língua portuguesa oral;
  • Não responde quando é chamada oralmente;
  • Confunde direções ou não as entende;
  • Não se desenvolve bem na escola;
  • Possui vocabulário pobre em língua portuguesa oral;
  • Evita pessoas, brinca sozinha;
  • Tem freqüentes resfriados e dor de ouvido.

A inclusão escolar do deficiente auditivo

"...a questão da inclusão social abre um significado especial no bojo da educação brasileira, com os pressupostos inclusivistas que nos últimos anos estão sendo discutidos por suas características que permeiam a busca de uma sociedade igualitária, nos moldes das reais necessidades de uma clientela, cada vez mais exigente, quanto aos seus direitos e seus potenciais de realizações, que tem por finalidade a busca não apenas se auto gerir, como também colocar o sujeito dentro do contexto escolar regular, e sobretudo buscar soluções, com a participação de todos em busca de uma educação com qualidade" (Inácio, Wederson Honorato)

A afeição, a emoção, o carinho e a amizade entre o professor e a criança com surdez são componentes essenciais e fundamentais nas atividades de conversação e diálogo, isto é, na interação.

A comunicação visual é essencial, tanto para o aprendizado da língua portuguesa oral quanto para a aquisição da linguagem de sinais.

Para o desenvolvimento da comunicação visual ou auditiva da criança, é necessário que o professor desenvolva:

  • O uso do olhar para a pessoa que está falando;
  • O uso do apontar para o objeto somente depois de ter falado, ou seja, a criança olha primeiro para quem lhe fala e em seguida para o objeto;
  • O uso dos turnos da conversação, ou seja, esperar a própria vez de interagir, proporcionando um bom entendimento do que lhe é passado.


  • O rosto do professor fique iluminado pela luz (isso não acontece, por exemplo, se ele se encontrar entre a janela e a criança);
  • O rosto da criança deve estar na mesma altura do rosto do professor (uma posição completamente errada seria o professor de pé e a criança com surdez sentada aos seus pés);
  • A posição ideal do rosto deve ser aquela semelhante a do locutor dos noticiários televisivos.

A criança com surdez que for inserida em uma classe comum do ensino regular, provavelmente irá necessitar de atendimento em outro turno, em salas de recursos para o desenvolvimento de LIBRAS, da língua portuguesa e para complementar as informações obtidas na classe comum.

A variedade de problemas enfrentados pela criança surda é tal, que muitas vezes apenas um professor pode não conseguir lhe prestar o apoio necessário. Ela poderá necessitar de profissionais da área da saúde e de professores para acompanhamento pedagógico, que poderá ser oferecido em turno inverso ao da escola regular.

Estes acompanhamentos podem acontecer em salas de recursos ou escolas especiais, num trabalho entre pedagogos, professores especializados, fonoaudiólogos e psicólogos.

O professor, ao receber um aluno com deficiência auditiva, provavelmente ficará inseguro e com muitas dúvidas. Poderão surgir perguntas como: Como é esse aluno? Como ele se comunica? Ele vai me compreender? Se eu conversar com ele me olhando, ele vai entender pela leitura facial?

Algumas dessas dúvidas podem ser esclarecidas através de conversas com a família, com profissionais da escola, com fonoaudiólogos, e também com a observação desse aluno.

Além do conhecimento sobre o assunto: Deficiência Auditiva, o professor deve ter atitude reflexiva diante da questão, usando a sensibilidade e o bom senso na solução dos problemas que poderão surgir a partir da relação aluno/professor.

Na sala de aula o aluno com surdez deve estar posicionado em um local onde possa enxergar o professor de frente, especialmente com seu rosto iluminado. Isso facilita a leitura facial, bem como pistas como gestos e expressões faciais e corporais.

É importante que o professor, ao receber em sua turma um aluno com deficiência auditiva, informe as outras crianças que irão receber um colega diferente.

Deve explicar-lhes que se trata de uma criança surda, que portanto, não poderá ouvi-los e nem falar com eles, mas que com o tempo encontrarão formas de interação.

Os alunos com surdez baseiam-se mais nas pistas visuais que nas auditivas. A utilização, em sala de aula, de recursos visuais facilitam a compreensão e a aprendizagem do aluno.

Além dos recursos visuais, também podem ser utilizados objetos concretos como fotos, gravuras e desenhos. Ainda podem ser utilizados línguas de sinais, mímicas e gestos que ajudem a dar sentido ao que está sendo estudado.

LIBRAS

A Língua Brasileira de Sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua.

A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.

Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.

O Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamentou a Lei 10.436/02, definiu formas institucionais para o uso e a difusão da Língua Brasileira de Sinais e da Língua Portuguesa, visando o acesso das pessoas surdas à educação. O decreto trata ainda da inclusão da Libras como disciplina curricular nos cursos de formação de professores e nos cursos de Fonoaudiologia, da formação do professor de Libras e do instrutor de Libras, da formação do tradutor e intérprete de Libras / Língua Portuguesa, da garantia do direito à educação e saúde das pessoas surdas ou com deficiência auditiva e do papel do poder público e das empresas no apoio ao uso e difusão da Libras.

Ações, Programas e Projetos/Apoio à Educação de Alunos com Surdez e com Deficiência Auditiva

Programa Interiorizando Libras: Apóia os processos de formação de professores e instrutores para atuarem juntamente com os alunos com surdez. O programa teve início no ano de 2003.

Centros de Formação de Profissionais de Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez: Tem como objetivo garantir aos sistemas de ensino profissionais habilitados para atuar com alunos surdos. Essas ações favorecem a socialização de informações sobre a educação de surdos, assim como o adequado atendimento às necessidades lingüísticas, educacionais e culturais dos alunos surdos.

Curso de Graduação em Letras / Libras - UFSC: O MEC implantou o primeiro Curso de Graduação em Letras com licenciatura em Libras, na modalidade à distância, com o objetivo de formar professores para o ensino da Língua Brasileira de Sinais.

Instituto Nacional De Educação De Surdos (INES): É um órgão do Ministério da Educação que desenvolve a formação de profissionais para atuarem junto às pessoas com deficiência auditiva.

Distribuição de Dicionários Ilustrados Trilíngües: Com o intuito de garantir a escolarização de surdos, a SEESP distribui para as escolas públicas com alunos surdos matriculados, Dicionários Enciclopédicos Trilíngüe - Língua Brasileira de Sinais/ Língua Portuguesa/ Inglês.

Distribuição de Cd-Rom's Clássicos da Literatura em Libras/Português: O MEC distribui aos sistemas de ensino a Coleção Clássicos da Literatura em Libras/Português compostas de dez títulos paradidáticos infanto-juvenis: Alice no País das Maravilhas, Iracema, Pinóquio, Aladim, O Velho da Horta, Alienista, O Caso da Vara, A Missa do Galo, A Cartomante e O Relógio de Ouro.

Considerações finais

A deficiência auditiva é, portanto, um assunto sério e de interesse de toda a sociedade, seja em ambiente escolar ou não. As pessoas com deficiência auditiva têm o direito e devem ser inseridas normalmente na sociedade.

Como diz Wederson Honorato Inácio, a educação brasileira busca inserir seus alunos em uma sociedade igualitária. Para que isso ocorra efetivamente é preciso que os alunos com necessidades especiais sejam colocados dentro do contexto escolar regular, fazendo com que toda a comunidade escolar participe das inovações a caminho de uma educação com qualidade para todos.

É extremamente necessário que todos os setores da sociedade se empenhem em busca da qualidade e da igualdade na educação brasileira. Essa busca precisa ser iniciada dentro da escola, na mais tenra idade, para que a criança consiga exercer um bom papel na sociedade quando adulta.

É dever de todos proporcionar o bem-estar das pessoas com necessidades especiais, seja ela auditiva ou não.

No ambiente escolar cabe aos professores fazer com que os futuros cidadãos brasileiros aceitem as diferenças e convivam com elas com extrema naturalidade. Também é um dever do professor sua constante atualização e capacitação para suprir as necessidades de comunicação e formação pessoal dos alunos com deficiências.

Enfim, a inclusão social e escolar está cada vez mais presente na sociedade atual, mas, infelizmente aparece muito ainda na teoria. Cabe a cada um de nós fazer com que essa teoria se torne uma prática constante para o bem estar de todos.

Referências Bibliográficas
Portal.mec.gov.br/seesp
www.crmariocovas.sp.gov.br
Ministério da Educação - Secretaria da Educação Especial
A INCLUSÃO ESCOLAR DO DEFICIENTE AUDITIVO: CONTRIBUIÇÕES PARA O DEBATE EDUCACIONAL. por INÁCIO, Wederson Honorato.